segunda-feira, 7 de novembro de 2011

E a Informática para a Educação Infantil? É IMPORTANTE?



Um dos maiores “burburinhos” no meio educacional é como proceder com a Informática na Educação Infantil. Alguns radicalmente contra, outros totalmente a favor e alguns nem contra nem a favor, ou seja, não há unanimidade quanto este uso. Mas um fato é que estes alunos estão vivenciando seu mundo e este mundo tem a Informática como algo fundamental na existência. E, sem contar, a própria curiosidade dessa faixa etária ao ver os pais, irmão, familiares e etc, trabalhando, se divertindo, comunicando com um PC ou um notebook. E eles querem participar!

Mas como professores e escola devem proceder com tais máquinas e os pequenos?  

Gallo (2002) aponta que em 1998 as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil já trazem incentivo para o uso das tecnologias na educação:

“Ao reconhecer as crianças como seres íntegros, que aprendem a ser e conviver consigo próprias, com os demais e o meio ambiente de maneira articulada e gradual, as Propostas Pedagógicas das Instituições de Educação Infantil devem buscar a interação entre as diversas áreas de conhecimento e aspectos da vida cidadã, como conteúdos básicos para a constituição de conhecimentos e valores. Desta maneira, os conhecimentos sobre espaço, tempo, comunicação, expressão, a natureza e as pessoas devem estar articulados com os cuidados e a educação para a saúde, a sexualidade, a vida familiar e social, o meio ambiente, a cultura, as linguagens, o trabalho, o lazer,  a ciência e a tecnologia (Parecer CEB022/98, MEC).”
Podemos entender que a Educação infantil, ao trabalhar com sujeitos em formação pode utilizar-se de recursos informatizados desde que articulados com uma proposta pedagógica sustentada pelo coletivo escolar. Desta forma, a informática não será vista como vitrine, como mero atrativo para pais e alunos.
Valéria Santos Paduan Silva (2000) descreve experiências no âmbito da educação infantil, enfocando o trabalho docente, em especial no tocante à formulação de projetos e sua implementação. Como exemplo de atividades que utilizam o computador  foram citados trabalhos para desenvolver a relação espaço-temporal e o raciocínio lógico-matemático, desenvolver noções de espaço (direção, posição e disposição no espaço) e de tempo (ritmo, seqüência temporal, agora, antes, dia, noite, etc.), desenvolver a coordenação viso motora, identificar as formas geométricas, cores, seqüência numérica e seqüência lógica. Mas para isso tudo, deve-se escolher softwares que estejam de acordo com a proposta pedagógica.
Portanto, uma questão fundamental são os critérios para escolha do software (seja ele, tido como educacional ou não, já que muitos softwares que não compõe o universo dos chamados educacionais, podem, muito bem, servir para esse propósito. 

Como exemplo,  critérios interessantes para que possamos analisar softwares destinados à educação infantil. São eles:

a)     O material fornece condições para as crianças expressarem suas idéias em: imagem, som, palavras e música;
b)    O programa oferece ajuda sob a forma oral para a criança;
c)     O programa oferece ajuda sob forma  escrita para a criança;
d)    O programa permite que a criança dê outras soluções para as questões que propõe, diferentes daquelas que apresentadas por ele;
e)     O programa permite que a criança possa expressar-se através da escrita;
f)     O programa permite que a criança possa comparar o que escreveu com a escrita convencional;
g)     Os recursos multimídia do programa proporcionam contato com diferentes formas de escrita;
h)    O programa permite que as atividades proposta sejam impressas;
i)      As atividades impressas possibilitam situações de leitura e escrita.

Sendo assim, entende-se que a relação entre educação infantil e informática na educação deve seguir um projeto político pedagógico, ancorado na contextualização nos modos de vida de uma determinada região. Neste sentido, a escuta desta realidade, a proposição de atividades deve vir mediada em relação com professor e alunos. Os elementos de atração de um software (cor, movimento, som) não devem ser tratados como fundamentais, mas sim como componentes que irão se acoplar à proposta pedagógica da escola e do professor.

Referências:
GALLO, Simone Andrea D’Ávila. Informática na educação infantil: tesouro ou ouro de tolo? 2000, in <http://www.anped.org.br/reunioes/25/excedentes25/simoneandreagallot07.rtf>
LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência : o futuro do pensamento na era da informática.  Rio de Janeiro : Ed. 34, 1993.
PADUAN, Valéria santos. Informática na Educação Repensando O Uso do Computador nas Escolas de Educação Infantil E Ensino Fundamental, 2002, in <http://biblioteca.universia.net/html_bura/ficha/params/id/595861.html>

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